sexta-feira, 11 de março de 2011

Sistema nacional de rastreamento de fármacos foi até agora um placebo

Dias atrás, seguindo a ordem de um colegiado de ministros, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a suspensão do sistema nacional de rastreabilidade de medicamentos. A iniciativa está "congelada" até que um grupo formado pela entidade emita novo parecer sobre as opções tecnológicas disponíveis para a implantação do projeto. A promessa é de que o veredicto saia em pouco menos de dois meses.

O novo episódio agora suscita a impressão de que o projeto, divulgado pela Anvisa no fim de 2009 como essencial e urgente, vai se tornando contingencial. Não havia o que esperar de uma iniciativa que nasceu com jeitão autoritário, sem debates prévios com os laboratórios, e mal-conduzida em variadas frentes. Vale lembrar, por exemplo, que inicialmente a Anvisa mostrou-se inclinada a promulgar a adoção de um selo de segurança baseado num papel fornecido no País por uma única fonte. Como é mais ou menos sabido por todos, qualquer empresa séria tem como critério a existência de backups de fornecimento para homologar adoções de insumos ou serviços.

Resta esperar os próximos capítulos dessa novela. Que a adoção de medidas mais seguras para a distribuição de medicamentos é importante, disso ninguém duvida. Mas por que não evitar "canetadas" e buscar caminhos consensuais? Dessa forma, talvez seja mais fácil encontrar uma solução de rastreamento com efeito garantido. E desviar dos placebos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cerco aos transgênicos aperta em SP

Aprovada no fim de 2010, a lei estadual 14.274/2010 tornará compulsório em todo o Estado de São Paulo, a partir do próximo mês de junho, o uso do símbolo dos transgênicos nos rótulos de produtos formulados com mais de 1% de matéria-prima geneticamente modificada. Além de obrigar o uso do rótulo diferenciado, a lei impõe o rastreamento e a exposição dos produtos em local específico nas lojas.

Formado por uma letra “T” envolvida por um triângulo amarelo, o símbolo dos transgênicos (na imagem) já havia tido seu uso determinado por um decreto federal de rotulagem, de 2003, e pela Lei de Biossegurança aprovada em 2005. Poucos produtos, porém, o fizeram. Exceções foram algumas marcas de óleos vegetais, pressionadas por ações civis públicas e denúncias de organizações como o Greenpeace.

A nova lei prevê aplicações de multas de 17 500 reais para produtores e varejistas advertidos que insistirem na venda de produtos transgênicos sem a devida identificação. “Quase 80% dos europeus não querem consumir tais produtos”, diz a deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT), autora do Projeto de Lei. “No Brasil, muitos deles estão expostos nas prateleiras sem rótulos que os identifique. Sem saber, o consumidor compra gato por lebre. A polêmica é grande, pelos riscos potenciais à saúde, ao meio ambiente e à economia do País”.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um exemplo do Chile









Uma festa no dia 14 do mês de janeiro último, em Nova York, serviu de plataforma para o lançamento da campanha Viva Chile Packaging. A iniciativa tem como meta promover nos Estados Unidos a imagem de produtos chilenos com potencial de exportação. Como fazê-lo? Aliando produtos de reconhecida qualidade com embalagens caprichadas, de design esmerado.

“O objetivo da campanha é utilizar a embalagem como um veículo poderoso de comunicação para nos conectarmos com os nova-iorquinos e construirmos uma identidade de marca forte e competitiva para os produtos chilenos”, explica Mariana Soto, gerente-geral do Centro Chileno de Embalagem (CENEM), criador da iniciativa ao lado da Chile Brands, divisão da Associação Comercial Chilena (ProChile) com fins de fomento à exportação.

A Viva Chile Packaging reúne produtores de azeites de oliva, frutas, vinhos e perfumes, entre outros produtos. Tais itens são oferecidos no mercado americano em embalagens dotadas de um logotipo especial alusivo à ação e de fatos e curiosidades sobre a história de nosso país vizinho.

Foram fechadas parcerias com diversas lojas e magazines, que destacarão as mercadorias por meios de estandes específicos, distribuição de adesivos e displays promocionais. A mídia chilena tem acompanhado a notícia com destaque.

A pergunta inevitável que fica no ar é: por que o Brasil não faz algo semelhante com seus produtos – e embalagens?

Quem der a melhor resposta ganha um vinho. Chileno.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Flexíveis dão o ar da graça em tintas

A edição do último mês de julho de EmbalagemMarca veiculou reportagem que fiz sobre iniciativa da Basf de colocar no mercado brasileiro de tintas imobiliárias uma linha de produtos apresentados em stand-up pouches com volume de 1 litro – a Na Medida Certa.

Dias atrás, percebi que outra importante fabricante de tintas, a PPG, dona da marca Tintas Renner, enveredou pelo mesmo caminho com uma linha chamada PintaCasa. A diferença, neste caso, é que os produtos (assim como as embalagens, com volume de 8 litros) são importados da Argentina. Haverá produção nacional, muito provavelmente a partir do próximo ano, garante a gerente de marketing e produtos da divisão Tintas Arquitetônicas da PPG brasileira, Elaine Janeri.

Diante dessas iniciativas, muita gente ligada à cadeia de valor da lata de aço deve estar franzindo o cenho. Afinal, o avanço das flexíveis nessa seara poderá representar, em projeção, mais um abalo sério, depois dos baldes plásticos, a um mercado que sempre foi uma menina dos olhos para as embalagens metálicas.

É prematuro fazer qualquer previsão a respeito. Tudo dependerá, é claro, dos consumidores. Mas será interessante acompanhar de perto o desenrolar de toda essa competição.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Telefone smart. Embalagem dumb

Aproveitando um daqueles famigerados programas “toma lá, dá cá” das operadoras de telefonia celular, em que o cliente é mimado em troca de fidelidade por certo período, “ganhei” um novo aparelho. É um smartphone cheio de recursos. Tem tela sensível ao toque, câmera potente, navegador de Internet, GPS e tocador MP3, entre outros atributos. Funciona, também, como telefone.

Brincadeiras à parte, um aspecto que me chamou a atenção foi a embalagem do aparelho: um estojo de papelão e papel cartão simplório, pobremente impresso, sem qualquer charme. O contraste era gritante: um produto top de linha, com tecnologia de ponta, apresentado de forma tosca.

Muitos poderão dizer que, diferentemente dos produtos do dia a dia, telefones celulares não dependem das embalagens como alavancas de venda, e por isso seus fabricantes não precisam esmerá-las. Certo. Mas embora não influam (ou influam pouco) nas decisões de compras de eletroeletrônicos ou de qualquer outro bem durável, as embalagens podem desempenhar papel significativo no encantamento do consumidor e no fortalecimento de marcas.

Não consigo me esquecer da embalagem do iPod que comprei há seis anos. Era uma caixa de papel cartão em formato de cubo, construída a partir de uma estrutura complexa, cheia de dobraduras e camadas. Como naqueles presentes-surpresa, em que se usam sucessões de caixas de tamanho decrescente, a abertura da embalagem do tocador de MP3 exigiu todo um processo – uma espécie de “busca ao tesouro”, em que cada etapa para a desmontagem da caixa fazia aumentar a ansiedade em encontrar o produto e revelava toda a criatividade que havia sido empregada naquele objeto de design. (Prometo revirar meus alfarrábios, encontrar essa embalagem e publicar fotos).

Quem já comprou algum produto da Apple deve ter vivido experiência parecida. A empresa americana é craque em explorar esse tipo de artifício, que especialistas em marketing costumam definir como second moment of truth – ou “segundo momento da verdade”, em tradução livre para o português. É o uso de algum artifício para surpreender e cativar o consumidor após a interação com o produto no ambiente de vendas, quando ele está em casa ou quando utiliza o produto pela primeira vez.

Há cada vez mais profissionais de indústrias e marketing percebendo a importância desse fator e quebrando a cabeça para proporcionar “segundos momentos” para seus públicos-alvos. Com todo o avanço tecnológico, pode ser que em breve vejamos por aí celulares acondicionados com o capricho (neste caso fictício, é claro) mostrado no vídeo abaixo. Tomara.



terça-feira, 29 de junho de 2010

Papel alumínio, pop e centenário

O primeiro processo de produção de papel alumínio foi patenteado em 1910 na Suíça, pelo industrial Robert Victor Neher. Em pouco tempo o produto passou a ser utilizado como embalagem primária, protegendo chocolates e outros alimentos contra a umidade. Até hoje o alufoil é um material popularíssimo para o acondicionamento de alimentos e outros produtos.

Anos depois do primeiro registro de patente, avanços na tecnologia de fabricação permitiram a oferta da película de alumínio para fins domésticos. Aí o produto se tornou pop, onipresente na sociedade moderna de consumo.

Falando em pop, a foto que acompanha este post é da capa de um livro de fotografias do grupo musical sueco ABBA. O autor do instantâneo é o alemão Wolfgang "Bubi" Heilemann.

Mais detalhes sobre o centenário do papel alumínio podem ser vistos aqui.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Posts rarefeitos

Não tenho postado no blog... Culpa do tempo escasso nas últimas semanas.

Quero avisá-los, porém, que a equipe de EmbalagemMarca prepara uma reformulação completa de seus veículos eletrônicos. O projeto fará barulho. Com isso, este blog promete ser alimentado com maior frequência. Não morrerá de inanição.

Aguardem.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O uísque mais velho (e caro) do mundo

Numa cerimônia realizada em março no Castelo de Edinburgo, na Escócia, a destilaria Gordon & MacPhail lançou aquele que afirma ser “o mais antigo uísque single malt engarrafado do mundo”, o Mortlach 70 Years Old. A bebida vinha sendo envelhecida em barris de carvalho espanhol desde 15 de outubro de 1938.

O produto é engarrafado em decanters de cristal soprados artesanalmente em formato de gota e aninhados numa base de prata. O fechamento é realizado por uma rolha de cortiça recoberta por um “chapéu” metálico, desenvolvida pela portuguesa Corticeira Amorim. Como toque final, a garrafa é comercializada em um estojo produzido com jacarandá brasileiro. Há duas versões para a mesma embalagem: 700 mililitros e 200 mililitros.

Poucos terão o privilégio de degustar o Mortlach. Somente um lote de 54 unidades da versão de 700 mililitros e 162 unidades da de 200 mililitros foram colocadas à venda pela Gordon & MacPhail. A garrafa maior tem preço sugerido de 10 000 libras esterlinas, ou aproximadamente 27 000 reais. Já a garrafinha custa 2 500 libras esterlinas, ou algo em torno de 6 700 reais.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Fórum Stand-Up Pouches

Em 10 de novembro próximo a Bloco de Comunicação, editora de EmbalagemMarca, irá organizar em São Paulo o Fórum Stand-Up Pouches. Componente do programa Ciclo de Conhecimento, o evento buscará discutir o panorama de mercado, os desafios e as oportunidades para uma embalagem em alta no Brasil.

Sucesso em outros países, o stand-up pouch – bolsa plástica capaz de ficar em pé – vem sendo cada vez mais utilizada por fabricantes nacionais de bens de largo consumo. Novidades palpitantes estão prestes a chegar ao mercado. Só não posso dar detalhes por pedidos das empresas envolvidas nesses projetos.

Informações sobre o Fórum Stand-Up Pouches podem ser conseguidas no hotsite do Ciclo de Conhecimento ou pelo telefone (11) 5181-6533.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Embalagem e música - 2

Esta fez sucesso alguns anos atrás: a caixinha de leite que protagoniza o clipe da música "Coffee and TV", da banda inglesa Blur. (Não deu para incorporar o vídeo aqui...). Clique aqui.