Lançada “a cerveja mais forte do mundo”

Uma pequena cervejaria escocesa, a BrewDog, acaba de lançar uma cerveja com teor alcoólico de 32%, nível próximo ao de destilados como uísque e cachaça. A bebida, batizada como Tactical Nuclear Penguin, deixa para trás a alemã Schorschbraer, que com 31% de teor alcoólico ostentava até agora o título de cerveja mais forte do mundo.

O nome da nova cerveja – “Pinguim Nuclear Tático”, em tradução livre para o português – deve-se ao processo de produção. Ocorre que a alta concentração etílica da bebida é obtida através de extrações de água durante uma fase de armazenagem em câmaras frias, que toma três semanas. Como o ponto de congelamento do álcool exige temperatura menor que a da água, os cervejeiros da BrewDog conseguem separar os ingredientes, aumentando a proporção alcoólica da cerveja.

A produção inicial da Tactical Nuclear Penguin é de 500 garrafas de 330 mililitros. Destas, 250 foram vendidas por 35 libras esterlinas – cerca de 100 reais – numa ação de lançamento no site da BrewDog. Um segundo lote, com a outra metade da produção inicial, será colocado à venda por 250 libras esterlinas. O valor inclui uma participação na cervejaria, que busca levantar 2,3 milhões de libras para construir uma fábrica “verde” em Aberdeen. Os acionistas terão voz ativa em decisões importantes da empresa, receberão dividendos anuais e ganharão um desconto vitalício de 20% na aquisição de cervejas da BrewDog.

A “cerveja mais forte do mundo” surge num momento delicado no Reino Unido, onde campanhas sobre consumo responsável e pressões para o aumento dos preços de bebidas alcoólicas ganham cada vez mais força. “Cerveja tem uma reputação terrível na Grã-Bretanha, mas é ignorância não supor que ela possa ser degustada responsavelmente como um belo licor ou uma taça de vinho fino”, diz a BrewDog num comunicado em seu site. O rótulo da Tactical Nuclear Penguin traz o seguinte alerta: “Esta é uma cerveja extremamente forte, que deve ser degustada em pequenas doses e com um ar de relaxamento aristocrático. Exatamente da mesma maneira que você curtiria um uísque refinado ou um disco de Frank Zappa”.

Antecipando-se ao possível policiamento que a novidade possa vir a sofrer, a BrewDog decidiu utilizar como embalagem secundária para a cerveja um saco de papel pardo, como aqueles distribuídos no varejo de outros países para coibir a visualização das bebidas. O saquinho da nova bebida é ilustrado pela figura de um pinguim.

Veja um vídeo sobre a Tactical Nuclear Penguin aqui.

Um laminado 100% biodegradável para alimentos

Numa parceria com a produtora de filmes Innovia Films e a fabricante de tintas Sun Chemical, a convertedora britânica Ultimate Packaging desenvolveu aquele que afirma ser “o primeiro laminado impresso para alimentos verdadeiramente biodegradável e compostável”.

O produto se chama Ultigreen e é confeccionado a partir da utilização de tintas híbridas biodegradáveis para a impressão reversa de um filme celulósico transparente Natureflex, da Innovia Films. O filme transparente é então laminado a uma versão metalizada do Natureflex por meio do uso de um adesivo também biodegradável.

“Até hoje, apenas uma pequena gama de tintas convencionais podia ser utilizada para permitir que produtos fossem aprovados pelo padrão EN13432 (norma européia de compostabilidade de embalagens) e pudessem ser classificados como biodegradáveis”, diz o gerente técnico da Ultimate Packaging, Derek Gibson. “As novas tintas híbridas da Sun Chemical permitem total cobertura em embalagens de alimentos e, somadas ao adesivo especial, garantem que a embalagem seja totalmente biodegradável.”

A Ultimate Packaging apresentou a nova tecnologia em uma embalagem flexível fictícia para chás, impressa por flexografia em 10 cores numa máquina Imperia, da Soma. A convertedora já trabalha no desenvolvimento de novas estruturas com as tintas e adesivos especiais.

Afinidades inexplicáveis

Salgadinhos próximos a refrigerantes. Pilhas ao lado de aparelhos eletrônicos. Esponjas ou panos perto de produtos de limpeza. Não é novidade que o varejo tem buscado aproximar produtos complementares, geralmente com o uso de display strips, para facilitar a vida do consumidor -- e, claro, aumentar os valores dos tíquetes.

Algumas combinações, no entanto, são difíceis de entender. A foto acima, tirada alguns dias atrás num supermercado paulistano, mostra um exemplo. Qual a afinidade entre uísques e cremes dentais?

Em tempo: um amigo meu jura que viu, dia desses, uma combinação explosiva: um display strip com pastilhas Mentos pendurado numa gôndola de garrafas de Coca-Cola...

As promessas da realidade aumentada

Recentemente, EmbalagemMarca publicou uma reportagem minha sobre o Bokode, um interessante sistema de codificação que está sendo desenvolvido no laboratório de mídia do Massachussets Institute of Technology (MIT). Uma outra menina-dos-olhos desse departamento do MIT é a realidade aumentada. Essa tecnologia promete que indivíduos se relacionem com objetos mais ou menos como acontece no filme Minority Report, do Steven Spielberg.

Um aperitivo de como essa tecnologia poderá revolucionar o dia-a-dia das pessoas pode ser visto no vídeo abaixo. Nele, Pattie Maes, do MIT, mostra o que os cientistas da instituição já conseguiram desenvolver em realidade aumentada com o apoio de um telefone celular (por volta dos cinco minutos há um exemplo de aplicação da tecnologia em embalagens). A moça, não sem razão, diz que se sente como o Tom Cruise no filme supracitado.

O vídeo já tem alguns meses, mas só o vi agora, graças a uma dica do pessoal da Young & Rubicam. Vale a pena. É sensacional.

É só abastecer e viajar

A suíça Victorinox, famosa por seus lendários canivetes multifuncionais (aqueles que salvaram a pele do MacGyver inúmeras vezes), criou uma embalagem também polivalente para fazer uma ação de amostragem da sua mais nova fragrância masculina, a Swiss Unlimited.

Distribuída gratuitamente a partir de pedidos feitos na Internet, a embalagem consiste numa versão em miniatura do frasco original do produto. Após propiciar o teste do perfume, a mini-réplica ainda funciona como embalagem de viagem – é ideal para ser levada na bagagem de mão nos aviões e resiste a choques por possuir, como o frasco grande, uma carcaça de borracha e um mosquetão, que permite prendê-la no nécessaire.

Mas o mais legal é que o frasquinho pode ser recarregado. Como um isqueiro, ele apresenta em sua base um orifício para reabastecimento. Basta remover o atuador spray da embalagem grande e utilizar a válvula para repor o conteúdo da embalagem menor. Um vídeo explica como funciona o processo.

Contatada por meio de sua assessoria de imprensa, a Victorinox preferiu não identificar o fornecedor das embalagens.

Cocas para os mais abonados

Uma nova série de garrafas de alumínio começou a ser utilizada pela Coca-Cola nos Estados Unidos. Acondicionando Coca-Cola clássica, Coca-Cola Zero e Diet Coke, as embalagens são encontradas somente em Los Angeles, no hotel cinco estrelas SLS e em uma lista seleta de bares ao longo da cintilante Sunset Strip.

A idéia da Coca-Cola é que as novas embalagens funcionem como versões de luxo de seus refrigerantes mais populares. A empresa, que não informa quem fornece as garrafas, realizou promoções temporárias com garrafas de alumínio no Brasil. No entanto, tais embalagens, em alta mundo afora, ainda não engrenaram no País. Engrenarão?

Campanha pró-plásticos, criada por Olivetto, estréia sexta-feira

A estréia irá ocorrer na próxima sexta-feira, no horário nobre da tevê, quando milhões de pessoas estarão de olho na telinha. Durante intervalo do último capítulo da novela Caminho das Índias, na TV Globo, será veiculado pela primeira vez um comercial que busca promover os plásticos. A peça publicitária, criada pela W/Brasil, mostra situações do cotidiano em que pessoas reutilizam sacolas plásticas de diversas maneiras, destacando os benefícios dos plásticos à população e a importância do seu uso responsável para a preservação ambiental.

O filme foi apresentado hoje, em coletiva de imprensa realizada na sede da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), em São Paulo. É a primeira ação de uma campanha que buscará rebater a crescente onda de censura aos plásticos. “A peça procura ser didática, mas sem chatice”, disse o publicitário Washington Olivetto, presente ao evento. “Toda a população é target, na medida em que se trata de um esforço educacional em prol da sustentabilidade.”

A iniciativa da campanha é da Plastivida – Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) e com o Instituto Nacional do Plástico (INP), e conta com o apoio da cadeia produtiva, desde a Petrobras até os fabricantes de matérias-primas (resinas plásticas) e os transformadores.

A campanha conta com um aporte inicial de 7 milhões de reais – que inclui, além do comercial na tevê, anúncios em jornais e revistas e a continuidade, até o fim deste ano, do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, lançado em 2008. O Programa busca difundir a utilização de sacolas fabricadas de acordo com a norma ABNT 14.937, que exige sacolas mais resistentes, de modo a coibir o uso de embalagens pela metade ou utilizá-las em duplicidade ou triplicidade.

Segundo a Plastivida, o Programa de Qualidade conseguiu reduzir o uso de sacolas no Brasil de 17,9 bilhões de unidades, em 2007, para 16,4 bilhões em 2008. “E isso com um crescimento de vendas nos supermercados de 16,5% no ano passado”, realçou Francisco de Assis Esmeraldo, presidente do instituto. O Programa tem apoio da Abras.

Outras ações da campanha serão um site sobre o consumo responsável de sacolas plásticas (www.sacolinhasplasticas.com.br), a ser inaugurado também no próximo dia 11, e a criação de um modelo de sacola retornável (“ecobag”), fabricado pela Megaplast (www.megaplasticos.com).

Na foto acima, Olivetto e Assis durante o evento de hoje.

No rastro da inocência

Em diversos mercados há empresas que resolvem arriscar, lançando conceitos e fugindo dos padrões. Tornam-se vanguardistas, e aí começam a ser plagiadas – ou, no eufemismo corrente, passam a ser vítimas de benchmarking. No universo dos eletroeletrônicos, um exemplo conhecido é o da Apple. Na área de iogurtes, um exemplo é a britânica Innocent Drinks.

A Innocent alcançou grande sucesso ao apostar em iogurtes para beber (smoothies) de qualidade e numa identidade visual criativa, expressada principalmente pelas embalagens. São garrafinhas de PET com rótulos graficamente simples e “inocentes”, com comunicação despojada, marcada por desenhos em estilo infantil. O conceito deu tão certo na Europa, catapultando as vendas da Innocent, que inspirou diversas réplicas. Da Austrália, vieram os iogurtes Nudie. E, do Brasil, vieram os iogurtes Do Bem.

As semelhanças da Do Bem com a Innocent são tão grandes que até foram objeto de um post no blog da Innocent. Segundo a empresa britânica, a réplica não se restringiria às embalagens primárias; o design de suas caixas de transporte também teria sido copiado.

O que você acha? É mera coincidência?

Você conhece outros casos de embalagens “clonadas”?

Motocubo, o novo celular com PET reciclado

Escrevi uma nota para EmbalagemMarca nº 121, que circula em setembro, sobre o lançamento do Reclaim, novo celular da Samsung com carcaça produzida em ácido polilático (PLA), o bioplástico derivado do milho, e embalagem feita de polpa moldada reciclada. Anteontem, a Motorola anunciou o lançamento no Brasil do Motocubo A45 Eco (foto), telefone móvel com 25% da carcaça fabricada com plástico de garrafas recicladas.

Trata-se do segundo modelo de celular da Motorola com esse atributo. O primeiro havia sido o W233 Eco, cuja carcaça também traz em sua composição PET reaproveitado de garrafas. A diferença do Motocubo em relação ao W233, além do mecanismo slider (o W233 era em barra) e do formato incomum – parecido com um cubo, como o próprio nome “entrega” – é o nível tecnológico. Ao contrário do antecessor, pobre em recursos, o novo aparelho tem teclado QWERTY, câmera de 2 megapixels que grava vídeos, rádio FM com RDS e acessa Orkut e Facebook, entre outros atributos.

Segundo a Motorola, o Motocubo foi submetido a uma análise minuciosa de ciclo de vida e conta com certificado de neutralização de carbono, emitido pela Carbonfund.org. A Motorola afirma que compensará todo o carbono emitido na fabricação, distribuição e uso do celular com investimentos em projetos de preservação, reflorestamento e energia renovável.

O novo aparelho chega às lojas em setembro com preço sugerido de 549 reais.

Sete Belo quebra o coco

Retirado da abertura do site da GP7, mencionada no post anterior:

"Sob a clássica embalagem com o 7 de ouros existe mais que um inocente doce. A 7 Belo é bala em mais de um sentido: como os projéteis atirados por armas, é capaz de perfurar cocos."

Esse "plus" da 7 Belo é mostrada por um rapaz no seguinte vídeo...

Garrafinha estrela campanha da Yakult

Estréia amanhã, 1º de setembro, nas emissoras de tevê, a nova campanha publicitária da Yakult. Com o título “Coisas Yakultadas”, a campanha da multinacional japonesa é protagonizada pela tradicional garrafinha de seu leite fermentado, utilizada em mais de trinta países.

O primeiro comercial da campanha mostra pessoas realizando atividades cotidianas acompanhadas de algum objeto com formato alusivo à embalagem do Yakult: uma piscina em que nada uma família, um tapete da sala de estar onde idosos jogam videogame, uma mesa de reunião e um jogo de amarelinha.

É mais uma daquelas ações que evidenciam como a embalagem acaba se tornando a personificação de muitas marcas, o elemento palpável que “dá cara” ao ativo mais importante, porém etéreo, das empresas.

A campanha da Yakult é orçada em 4 milhões de reais e será veiculada até outubro no Estado de São Paulo, em Curitiba e em Belo Horizonte. A campanha é da GP7.

30 rótulos criativos de vinhos

OThe Coolist, blog sobre design e artigos de luxo, publicou dias atrás uma lista de 30 rótulos criativos de vinhos. Há desde casos que já se tornaram famosos, como o do rótulo que imita um cartão de embarque de companhia aérea (da vinícola australiana R Wines), até outros "experimentais", como o da alemã Mini Garage Winery, que acondiciona vinhos em latas de querosene. São idéias inspiradoras para "sair do quadrado" na apresentação de vinhos, profundamente marcada por tradicionalismos.

Detalhe: dois trabalhos brasileiros constam

nessa lista. Um é o das embalagens dos vinhos gaúchos Dolce Vita (foto), criadas pelo designer Rômulo Castilho, que trabalha na FutureBrand. O outro é uma coleção de garrafas decorativas criadas pela Let it Grow, agência do designer Danilo Tranquilli, mais conhecido pelo trabalho no departamento de criação da a10 design. O trabalho de Tranquilli foi laureado com um troféu de prata no prêmio IDEA/Brasil 2009.

Anvisa e as farmácias

Na segunda-feira passada saiu no Estadão um interessante artigo, escrito pelo Carlos Alberto Sardenberg, sobre a resolução da Anvisa que impõe regras para o modelo de negócios das farmácias.

O portal do Estadão só permite acesso ao artigo aos assinantes. Mas você pode lê-lo aqui, no clipping da Febrafarma. Vale a pena.

PET entre as melhores cervejas

Recentemente escrevi uma reportagem sobre cervejas em PET para EmbalagemMarca. Em conversas aqui e ali, durante a apuração de informações para o texto, algumas pessoas alegaram que a garrafa plástica, por sua identificação com bebidas populares, tenderia a rebaixar a percepção de qualidade de cervejas premium. Seria um desatino acondicionar loiras de fina estirpe nessa embalagem.

Pois bem. Alguns dias depois de concluir essa reportagem, ganhei um guia de cervejas muito bom, o Great Beer Guide, escrito pelo saudoso Michael Jackson – não o cantor, e sim o crítico inglês, autor de uma coleção de obras sobre bebidas alcoólicas. Ao folhear o livro, surpresa: entre as 500 preciosidades listadas por Jackson, duas são acondicionadas em garrafas de PET. Ambas são produzidas pela cervejaria sul-africana Mitchell’s.

Alguém já as experimentou?

O pote "verde" da Bunge na mídia

Em agosto, fiz uma reportagem para EmbalagemMarca sobre o pote de bioplástico adotado pela Bunge na linha de margarinas Cyclus Nutrycell. Como reza o velho ditado de que é preciso cantar o ovo botado, a empresa começa agora a investir em propaganda da novidade. Na Veja São Paulo que circula nesta semana, um informe publicitário – vinculado ao projeto Planeta Sustentável, da Editora Abril – destaca a nova embalagem de creme vegetal.

Vale lembrar que a matéria-prima do pote da Bunge, o ácido polilático (PLA) Ingeo, fabricado pela americana NatureWorks LLC a partir do amido de milho, começou a ser ofertado recentemente no Brasil pela Cargill (reportagem da colega Andréa Espírito Santo, veiculada na EmbalagemMarca de agosto, dá detalhes desse negócio). Embalagens de PLA estão no pipeline de inovação de outros fabricantes de bens de consumo. Certamente haverá novidades em breve no Brasil.

Estréia do blog

Sem foguetório, vernissage nem campanha publicitária, lanço hoje o meu blog. O objetivo é fazer deste espaço um veículo de comunicação mais ágil e menos formal para o trabalho que realizo há dez anos na revista EmbalagemMarca: reportagens sobre packaging.

Prometo alimentar o blog sempre que possível, quando a correria do jornalismo impresso não me impedir.

Comentários, críticas e sugestões são muitíssimo bem-vindos.

Um aviso: por enquanto, os textos não seguirão o novo acordo ortográfico da língua portuguesa.

É isso.